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Corações e Mentes

Escrito por Adão Casares



A comunicação verdadeira e útil é uma arte que todos podemos aprimorar. Discordar faz parte do processo, mas aprender a fazê-lo de maneira construtiva é fundamental. Quando aceitamos nossas diferenças e usamos a discordância para crescer, conseguimos construir relações mais saudáveis e um ambiente mais colaborativo e empático.

Quando o Facebook foi lançado, acreditávamos que essa ferramenta poderia tornar o mundo mais amigável. Durante a primeira década do uso em massa da internet, essa ainda era uma teoria popular. Quanto mais pessoas pudessem se comunicar, mais amistosas e tolerantes se tornariam. Com a chegada de outras redes sociais, a comunicação clara parecia estar apenas se ampliando.

Conforme fomos caminhando vida afora, vimos como essa teoria foi dolorosamente ingênua. Pessoas se enfrentam dia e noite. A internet conecta todos, mas nem sempre cria solidariedade; de fato gera uma máquina que produz divergência e divisão.

Pessoas com pontos de vista diferentes parecem ter cada vez mais dificuldade de discutir de maneira produtiva, e deixam as coisas azedar ou não saem do lugar.

Aqueles que possuem visões distintas parecem enfrentar cada vez mais desafios para dialogar de maneira eficaz, e acabam por deixar as situações se complicarem ou não progredirem. Nossa incapacidade de discordar de maneira positiva parece agir como um obstáculo. Em vez de trocar opiniões, uma discussão sempre se mistura com o que sentimos uns pelos outros. Palpites vêm à tona, ofuscando os pensamentos e distorcendo nosso comportamento, gerando na maioria das vezes raiva de pessoas que temos carinho, como cônjuges, amigos, colegas de trabalho, familiares e assim por diante.           

Uma discussão deveria se dedicar apenas à cabeça, no que pensamos, mas acabamos envolvendo coração e conteúdo interno. Devemos ser capazes de compartilhar opiniões divergentes sem nos envolver em discussões prejudiciais ou em impasses sem fim.

Compreender a forma de discordar de maneira que promova o avanço e o entendimento, ao invés de gerar rigidez e hostilidade, pode ser benéfico para todos nós.

O objetivo central da comunicação é preservar relações saudáveis, ao invés de forçar o outro a aceitar a nossa perspectiva. Ao darmos atenção, até mesmo os diálogos mais desafiadores podem se converter em interações frutíferas. Podemos aproveitá-los para transformar conceitos nebulosos em ideias concretas, áreas de incerteza em percepções valiosas e desconfiança em compreensão mútua.

Vamos transformar nossos diálogos em oportunidades de aprendizado e crescimento mútuo, concorda?

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